sexta-feira, 4 de novembro de 2011


Não sei se foi Platão ou minha mãe que me ensinou a ser metade incompleta. Sei apenas que sou (ou quase sou, por ser metade). Como se sozinha eu não fosse inteira, precisando sempre ser dois. Aprendi por inteiro a ser essa metade – e agora não sei desaprender. Meio feliz. Meio completa. No meio do caminho. E o meio que resta é pra ir – não tem volta.

sábado, 15 de outubro de 2011

É que eu preciso dizer que te amo...


Venho de uma família amorosa, mas que costumava reservar as palavras de amor para datas muito especiais — que ouvimos com espanto nos olhos e certa timidez. Faz pouco tempo que me permito falar rasgado.

Sim, falar. Não escrever num cartão ou sussurrar no ouvido de alguém. A-mo-vo-cê. Não para mandar com flores, mas pra fazer flores com as palavras. Não só para amores do sexo oposto, eleitos pra dividir a vida com a gente. Mas para todos os que verdadeiramente amamos. São muitos.

Amamos quem divide com a gente um dia de trabalho. Amamos quem nos faz rir. Amamos quem dá ou aceita ajuda. Amamos quem sabe ser carinhoso. Existe amor em nós e é bom falar sobre ele. É energia que se multiplica e torna melhor o dia, o tempo, a vida.

Acho que a vida ensina, ao roubar de nós momentos e pessoas. Passamos a entender que o tempo não volta. É melhor ter a certeza de ter dito o que sentimos.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Papo de Colega: Homens de Sunga!


Não sou uma fã de praia. Meu bronzeado não me deixa mentir. Tenho um medo sobrenatural de morrer afogada, a combinação areia, água salgada e sol me da agonia e morro de vergonha de desfilar de biquini no meio da muvuca semi pelada. Mas vez ou outra, eu até me aventuro. Algo em torno de uma vez ao ano, e olhe lá.

Das minhas poucas experiências com praia, há algo que sempre reparo e sempre me traumatizo: Homens de sunga.

Na praia, os homens se separam em duas categorias. Aqueles que usam bermudas e aqueles que usam as horrorosas sungas.

Não é tão fácil desviar o olhar da sunga do indivíduo, eu até tento, mas parece que aquela peça tem um imã, é quase hipnótico. Depois de um banho de mar, as sungas parecem fazer parte do corpo do cara. Como se tivessem sido colocadas a vácuo, e me pergunto se foi o cara que vestiu a sunga, ou se foi a sunga que vestiu o cara.

As sungas não cobrem completamente o que deveriam cobrir. Quer coisa mais vomitável do que pelos pubianos escapando de uma sunguinha super atochada? Porque levando em consideração que sãp poucos os homens que se depilam, e que há pelos rebeldes naquele corpo que nunca encararam uma gilete, é praticamente impossível uma sunga cobrir todos.

Mas o pior de tudo, pior do que a estética de uma sunga, ou pior até mesmo do que pêlos pubianos escapando, é o volume que a sunga deixa a mostra. Há informações que deveriam pertencer apenas ao dono daquele piru. Como para qual lado ele o guarda. Acho muito indiscreto descobrir se o cara é de direita ou de esquerda na primeira ida a praia. Além do mais, o volume entre as pernas pode ser uma armadilha das grandes (com o perdão do trocadilho). O cara pode parecer super bem dotado, quando na verdade aquele volume não passa de sacos escrotais enormementes desproporcionais. O que me dá calafrios só de imaginar.

Imagino que homens não usem sempre bermudas, para bronzearem as pernas também. O que, devo admitir, faz sentido. Mas, cuidado meninos! Se o único motivo para usá-las é evitar as pernocas brancas, sei lá, use-as para pegar sol na laje da casa da avó, no sítio ou o mais escondido da civilização. Não há desculpas para usar sunga em plena praia do Francês e ainda achar que está arrasando.


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Papo de colega: Escrever Conto Erótico?

Podia começar com “Era uma vez”, mas foram duas vezes, foram três, quatro, cinco… Foram mais vezes do que dedos para contar. E eu dizia assim: “Eu não minto quando escrevo”, e os amigos que enchiam os copos de cerveja sempre me perguntavam: “Cadê o seu?”

Estávamos todos no bar. Gosto desses dias com os amigos. Faz parecer que na semana seguinte não haverá segunda-feira.
E mesmo nos momentos em que o tédio roubava a cadeira ao lado, eu fazia dele a melhor companhia, para depois brincar de ser meu namorado.
A galera tinha levado gente nova, e eu torcia o nariz para tanto desconforto.
Faziam média, se olhavam se ajeitavam nas cadeiras de plástico, e os que mais me irritavam, se auto-intitulavam caretas.
Caretas de quê? A diferença entre o si e entre o não é só de um momento.
Um casal sentava-se ao meu lado. Ele, estudante fudido, sem um pingo de criatividade. Ela, vestido florido que nas horas vagas escrevia contos eróticos na internet para meia dúzia de punheteiros online.
Estava sim julgando, porque todo mundo julga o tempo inteiro, e é por isso que se tem amigos, ou inimigos.
Ela pareceu interessada quando soube que eu tentava escrever. Puxou a cadeira mais perto e começou a falar – seus contos, suas idéias, suas vontades – dela.
Tinha me pego num péssimo dia. Não estava com disposição de fingir interesse pelo desinteressante.
Deixei-a falando. Porque é isso o que satisfaz. Não é preciso ouvir, apenas fazer presença para alguém falar, falar, falar por horas. De si, e tudo ligado a si mesmo.
Em algum momento ela me perguntou algo, e esperava uma resposta:
- Nunca escreveu conto erótico?
- Eu?
- É. Você.
- Eu não.
- Porque não?
Puxei seu cabelo com a força necessária para ouvir o estalar do pescoço. A mesa se calou e todos permaneceram imóveis, tentando entender o que acontecia:
- Gosta disso, Piranha?
O rapaz pouco criativo levantou num pulo e afastou-me, dando o que eu chamei de “minha deixa” para a conclusão da noite e da estória:
- Porque sacanagem não se escreve não se conta. Sacanagem se faz. Debaixo do vestido e sem flores.




Papo de colega: Allana



Quando tudo começou a incomodar de maneira que não conseguia mais pensar em outra coisa, sentei na cama com a minha pior cara, cruzei as pernas e pensei “e agora?” sem a menor esperança de um “agora”.

Liguei a televisão e vi desenho o resto da manhã. Não que eu esperasse que fosse solucionar o que não tinha solução. Não ajudou em nada, mas pelo menos também não piorou. E na hora, isso me era lucro.

Precisava falar com Nana.

Bateu uma enorme e incontrolável vontade de fazer com que ela soubesse tudo o que estava acontecendo.

Não era uma situação de ajuda, conselho, ou respostas que mudariam o meu mundo, era uma situação de Nana, e só queria que mesmo sem poder ajudar, ela ouvisse. Mesmo perto, ela fizesse algo com o longe e mesmo sendo só a Naninha, ela fosse tudo o que Naninha é.

Mas não conseguia achar Nana, e com o celular ainda chamando por Nana, roí todas as unhas da mão esquerda. E segundos depois, todas as da direita.

Funcionava mais ou menos assim: Escolhia um dedo qualquer, de preferência o que estivesse com o esmalte mais intacto, arrancava com os dentes o máximo que conseguisse, e cuspia o resto no chão do quarto. Ardia, eu não queria e sabia que ia me arrepender, mas a sensação de arrancar devagar aquilo que eu sabia que depois ia crescer de novo, me fez achar que talvez valesse a pena doer por alguns dias a mais.

Não foi da minha vontade, mas acabei deixando um recado qualquer: “Oi Naninha, sou eu, me liga. Tô precisando de qualquer coisa.”

Mas que tipo de mensagem era essa? Como se ela tivesse que saber só pela voz quem era aquela pessoa que resolveu ligar só porque as coisas não foram como o esperando.

Naninha tinha outras amigas. Naninha sempre teve muitas amigas, e poderia pensar que eu não era eu, porque eu sempre era quem não deixava recado na máquina pedindo ajuda.

E se Nana fosse escutar os problemas de outra, enquanto os meus ainda eram fresquinhos e tristes o suficiente para fazer Nana chorar comigo?

Nana não me ligou nos infernais 5 minutos que se seguiram e eu senti subtamente uma enorme vontade de ir até a casa dela, apagar a mensagem, comer chocolate e ir embora.

Não levantei da cama por dois anos, ou pelo menos foi o que pareceu, fiquei parada, olhando pra janela com vista para o nada, enquanto a máquina falava sem parar:

“Sou eu, Allana! O que houve? Ta em casa? To indo praí. Vê se não vai roer todas as unhas.”



terça-feira, 14 de junho de 2011

Papo de colega: As 6 fases de esquecimento do ex

“Uma pessoa não é aquilo que se diz ser durante a ultima conversa. Ela é aquilo que foi durante toda a relação.”
(Dawson’s Creek)

1- “Nunca mais amarei ninguém na minha vida.”

A primeira sensação quando se acaba algo que você jurou ser eterno, é a de que você nunca mais encontrará outra pessoa.

Você está num estado emocional tão bom quanto Maria do Bairro. Querendo se matar, chorando o dia inteiro, e andando pela casa mais mal vestida que sua vó de 90 anos, gritando para todos, desde seu pai a parede do corredor: “Porque? Porqueeeeee?”


2- “A culpa foi dele(a)…”

É quando você começa então a pensar no que realmente levou ao fim.

No quão boa você foi, em como você sofreu nas mãos daquele ingrato, em tudo que você abriu mão, e no que se esforçou para estar com ele.

E óbvio, tudo influenciará para o que você já tem certeza: A culpa foi dele.

3- “Quem?”

Você não quer ouvir o nome dele nem de longe. Não sabe, não quer saber e tem raiva de quem sabe qualquer coisa sobre a pessoa que você quer mais distância possível.

E pode ter certeza que é exatamente nessa fase em que sua vizinha, sua prima, sua irmã, enfim, todo mundo irá vê na rua, na faculdade, no trabalho, no mercado, e adivinhem só para quem irão comentar isso?

- Vi o Fulano hoje na rua.

- Foda-se!

4- “Estou ótima sem ele. Ó-TI-MA!”

Chega o dia em que você tira o caderninho de telefone da gaveta e começa a ligar para todas aquelas amigas que você sabe que estarão solteiras. Combina baladas, viagens, saidinhas, tudo para demonstrar que você fica muito melhor sem aquele mala do seu ex.

Beija aquele primo da tia da sua vó, vira amiga íntima da tequileira, fica bêbada, trêbada, passa mal e acaba na portaria da casa do seu ex cantando aos berros os maiores sucessos do Só Pra Contrariar.


5- “Ás vezes bate uma saudade… Mas só ás vezes!”

Você começa a sentir falta do que você tinha diariamente. De alguém te ligando todas as noites, da companhia mesmo que insuportável, das brigas, das viadagens, da atenção, enfim, dele. Mas é óbvio que nem em mil anos você irá admitir isso.

Bote então a culpa na tal da carência.

6- “Ele nunca me amou.”

O cara começa a viver a vida dele. Sai com outras, não te procura, se considera mais solteiro do que nunca, e lá no fundo, você sente aquela dorzinha de cotovelo.

Porque ele não te procura mais? Como ele pode ter te esquecido assim tão rápido? Será que ele ainda pensa em você? Ele ta feliz assim? Mais feliz do que antes?

Aii…

Só pode ser uma coisa: Ele nunca te amou mesmo…

Até que um dia: Pufffff, você desencana.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Papo de colega: Um amigo pra te apresentar...


"Tenho um amigo para te apresentar.”

Toda mulher solteira já ouviu essa frase pelo menos uma vez na vida. Sempre tem alguém para apresentar outro alguém. Parece que o mundo se ofende com a sua solteirice. Você quase se sente na obrigação de se desculpar por estar encalhada. Todos se incomodam com isso, menos você.

Mas bem, você está solteira, não teria nada a perder, então porque não conhecer o tal amigo da sua amiga, que segundo ela é a sua cara?

Bem, é aí então que começa o problema. É praticamente um encontro as cegas. A sua única referência é a sua amiga. Muitas vezes as amigas acertam em cheio, mas olha, por experiência própria, muitas vezes elas erram feio também. E sem querer tirar suas esperanças, mas já tirando, sinto informar, mas essas vezes são as mais frequentes.

1) Ele é um babaca
Você chega no lugar combinado e conhece o dito cujo que sua amiga tanto falou. Depois de 20 minutos você percebe que preferia ser queimada viva, a ter que aturar aquele mala por mais um minuto. O cara é um babaca completo, e nem fudendo que teria chances com você. Então bate um pensamento um tanto quanto incomodo: O cara que a sua amiga disse que era a sua cara é ele? Sério mesmo que ela o acha parecido com você? Isso quer dizer então, que… Ó, não, céus, não pode ser… Ela te acha tão babaca quanto ele.

2) Ele é fantástico, mas não te quer
Ele é lindo, ele é engraçado, ele é inteligente, ele é o cara mais interessante da festa, ele é realmente a sua cara. Só é uma pena que ele não possa dizer o mesmo de você. Poxa, a amiga poderia ter evitado a situação embaraçosa e ter mandado seu Facebook/Orkut para o indivíduo dar uma fuxicadinha de leve antes do encontro, né? Evitaria passar pelo papel ridículo de rejeitada que finge, mesmo com a autoestima sendo pisoteada pela festa inteira, não estar nem aí.

3) O outro amigo é mais interessante
Vocês combinaram de sair e foi mais gente do que o esperado. Você conhece o seu prometido, mas opa, o outro amigo é muito mais interessante. E agora? Você não quer quebrar o coração do pobre rapaz, ele até tem jeito, mas o outro já veio todo prontinho de fábrica. É o genro que sua mãe pediu a Deus, e o melhor de tudo, é o cara que você pediu a Deus, a Alá, a Buda, a Santo Antônio, e a quem mais pudesse ajudar. Coitado do rapaz, te olha como se fosse um cachorro faminto diante de um suculento pedaço de carne, como dar a notícia de que a recíproca não foi verdadeira?

4) Ele quer todas
Ele é um cara legal, interessate e você até toparia conhecê-lo melhor, mas ele tem um grave problema: Ele encara as amigas da sua amiga como um menu de restaurante. Ele não só quer você, como quer todas as outras também. Você está solteira, não desesperada.

A grande verdade é que apresentar alguém nunca dá certo. Tem que ser natural, os olhos se encontrarem e os santos se baterem. E quando alguém quer alguma coisa, corre atrás. Então se o amigo da sua amiga que você conheceu numa saída, gostar de você, ele vai procurar um meio de entrar em contato contigo novamente, sua amiga não precisa ficar de cupido ou de babá de marmanjo.

E pode parecer frasezinha de encalhada, mas acredite, antes só do que mal acompanhada. O moço pode ter todas as boas intenções do mundo, mas de boas intenções o inferno está cheio. Por mais que todo o resto do universo aprove a união, se você não aprovar, os pombinhos nunca dividirão a mesma gaiola.


sexta-feira, 10 de junho de 2011

13 motivos para as mulheres odiarem o Dia dos Namorados


Inspirado no blog feminino do “The Sunday Times” aqui vão 13 motivos para as mulheres odiarem o Dia dos Namorados. Sim homens, nós também podemos odiar essa data!

Você nunca pode reclamar sobre a data. Se estiver solteira é uma pessoa amarga e se estiver acompanhada, seu namoro deve estar uma droga.

Se o seu namorado der presentes fofos tipo um ursinho ou um cartão idiota com cachorrinhos que se amam, você vai achar ele um babaca. Se ele não der, você também vai achar ele um babaca porque, no fundo, sempre queremos reviver aquele primeiro namoro imaginário que tivemos aos 12 anos.

Você vai ter que se depilar com esse frio! E tirar a roupa nesse frio! E dormir na sala porque ele ronca muito nesse frio!

Ele não vai te dar diamantes, afinal, é só uma data besta. Então ele vai te dar presentes bestas. E você ainda vai ter que sorrir porque, afinal, você também comprou algo meio besta. E o amor é besta.

Nos comerciais, anúncios, filmes e até spots de rádio, todo mundo é muito mais apaixonado e feliz do que você.

Sempre tem uma amiga que vai ganhar um presente melhor que o seu. (até porque sempre tem uma vaca com o namorado melhor que o seu!).

Não existe noite perfeita de Dia dos Namorados porque não existe noite perfeita nunca e muito menos em uma data que você está desesperadamente esperando que seja perfeita.

Você vai engordar porque não existe pedir só uma saladinha no jantar do Dia dos Namorados. Justo hoje que pega bem uma lingerie pequena.

Tudo vai estar lotado de gente que se ama. Aff que chatice.

Você será obrigada a ver casais feios se beijando. É sempre meio nojento ver gente feia sensualizando.

Vocês estarão românticos! E uma noite sem cinismos e piadas pode ser insuportável.

Se ele errar o tamanho pra menos, você vai se sentir mal. Se ele errar pra mais, você vai se sentir mal. Se ele não errar no tamanho, ela vai esperar que ele erre na cor porque mulheres estão sempre caçando erros pra justificar a infelicidade que é ter hormônios malucos.

E o maior de todos os motivos: você está sozinha! E seus 789 ex namorados estão agora com imbecis “sem sal” que reclamam menos do que você porque lhes faltam inteligência e poder argumentativo!


Tati Bernardi

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Papo de colega: Lencinhos


Diria o Guia dos Mochileiros das Galáxias que o item de maior importância para qualquer mochileiro é a sua toalha e que a resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o universo e tudo mais é 42.

Longe de mim discordar, mas acrescentaria à lista de importância, um pacotinho de lencinhos umedecidos vaginais.

É importante que estejamos sempre preparados para tudo e em qualquer hora e lugar. Assim como ataques zumbis, outras calamidades de maior escala podem acontecer a qualquer momento. E nem sempre estamos no conforto do lar, então para isso é importante carregar sempre o seu pacote de lencinhos umedecidos vaginais.

E não pensem que essa é uma dica apenas para as mulheres não. Homens também precisam de um pacotinho sempre à mão.

Imagine que um dia a água do mundo acaba. (Ok, não faço idéia em quais condições isso poderia acontecer, mas favor não estragar com a teoria, porque para ela continuar cabível, isso precisa acontecer.)

Como eu estava dizendo, imagine que a água do mundo acaba. Não tem mais uma gota d’água, e você se encontra no centro da cidade, no interior do sertão, em Itapetinga, numa favela, ou em qualquer outro lugar desesperador, e lá está você, sem a possibilidade de um banho, e olha, se você quer um bom conselho, esse é melhor que o do filtro solar: Se em terra de cego quem tem olho é rei, em terra sem água, quem tem lenços umedecidos vaginais é deus.

Além do fato de que em tais condições você viraria o Mark Zuckerberg da vida real, até que os lenços acabassem, você estaria sempre no frescor da tranquilidade absoluta.

Antes que você vá correndo na farmácia mais próxima comprar o seu pacote de lenços umedecidos vaginais, agora vem a parte mais importante:

Haverá escassez de lenços, então lembre-se que terá que usar apenas um para as partes mais importantes, ignorando as de menor importância. São elas:

  • Rosto
  • Axilas
  • Vagina/pênis
  • Ânus/ânus (porque cu todo mundo tem igual)

É importante que a ordem seja sempre essa. Primeiro se deve passar no rosto, seguido pelas axilas e finalizando com vagina/pênis e o ânus (que deve ser sempre por último). Por mais que a ânsia de limpar o cu seja enorme, não se esqueça que ficar com o rosto cheirando a bunda suja e sem a possibilidade de lavar, pode estragar com uma vida inteira. Imagina numa calamidade mundial você ganhar o apelido de “cara de cu mau lavado”? É melhor não dar oportunidade ao azar.

Então já sabe, né? Antes de arrumar o próximo Kit de primeiros socorros, lembre-se de incluir o pacotinho.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Papo de colega: Os xingamentos


Eu não sei se vocês concordam comigo, mas a imensa gama de xingamentos que são usados na hora de um confronto são justamente os que menos dizem alguma coisa sobre você. Quanto mais pesada é a injúria, mais etérea ela acaba sendo. Se perde no ar o que você quer dizer, quando você chama alguém de “filho(a) da puta”, porque com certeza a mãe da pessoa xingada não é uma matrona da rua Nazaré. E mesmo que o xingado seja filho(a) da pobre prostituta, ele não tem o que dizer, afinal é a mais pura verdade. O que ele vai fazer? Retribuir na mesma moeda?

- E você, seu filho da arquiteta! Filho da professora! Filho da dona de casa!

A maioria desses xingamentos não tem condição alguma de afetar uma pessoa.

Filho(a) da puta! Minha mãezinha é uma nobre dona de casa, que sempre me recebe com comidas quentinhas, lava a roupa e limpa a casa. Você não está xingando ninguém… Está mentindo, isso sim.

Vai tomar no cu! Mas eu vou tomar no cu só porque você pediu? Isso não me apetece, o que eu posso fazer?

Viado ou Bolacheira! Bem, eu, uma profunda respeitadora de quaisquer orientações sexuais, não considero “viado ou bolacheira” ou similares uma ofensa. Mas entendo que quando a pessoa cospe um “viado ou bolacheira” com raiva, ela não está compartilhando da minha crença. Mas de qualquer forma, chamar um hétero de viado é a mesma coisa de chamar um gordo de magro; Um alto de nanico;

Seu merda! Por que escolheram “merda” como o dejeto oficial para esculachos? Por que não seu vômito? Seu urina? Seu catarro? De qualquer forma, chamar alguém de cocô ainda não é a forma ideal de acabar com uma pessoa… Por mais que ela cheire mal. Seria melhor “Seu fedido!”.

Xingue alguém de merda e de fedorento(a). Eu tenho certeza absoluta de que o segundo esculacho doerá mais na pessoa. Merda é qualquer coisa, se relaciona com as mais variadas situações. Fedorento(a) não. E feder machuca o psicológico, vai me dizer que não? Quer coisa pior do que ter a convicção de que você está poluindo um ambiente com um cheiro que não combinou contigo, mas apareceu no seu corpo?

Embora possa parecer pueril, xingamentos infantis são muito mais acachapantes. E não era para menos: a infância é notadamente a época da nossa vida em que somos mais sinceros. Ela chama, sem o menor constrangimento, alguém de feio, burro, medonho ou fedido. Se ela te chamar de feio(a), putz, há grande possibilidade de você ser o chupa cabra.

Xingamento bom é aquele que te ataca justamente por não saber se você se encaixa nele. “Corno ou chifruda”, por exemplo. Alguém te chamar disso é como abrir, com uma chave sórdida, os enormes portões da paranoia. Você nunca saberá se foi traído(a), a menos que te contem ou você descubra de alguma forma (Algo me diz que detetive só serve para isso mesmo). A mesma coisa com “feio(a)”. Imediatamente você discute com o seu próprio ser: “serei um(a) jaburu? Serei eu mais feio(a) do que a fome na Etiópia?”. “Vai tomar no cu” não vai tirar sua auto-estima nunca, entendeu?




segunda-feira, 6 de junho de 2011

Papo de colega: Os vilões


Imagino Lennon escrevendo Imagine. Engraçado começar uma frase com “imagino” e terminar com “imagine”, mas enfim, esse não é o tema do texto.

Acredito que Lennon realmente tenha jogado um monte de fé naquilo que escreveu. Mas sabe, esse mundo perfeito não existe e nem nunca vai existir. Sabe por quê? Porque a humanidade precisa de vilões. E é uma necessidade tão grande, que quando não há vilões, se criam.

Não os vilões se criam, mas as outras pessoas fazem o favor de o criarem por ele. Ninguém quer ser vilão, mas faz questão de que eles existam. Nos outros, claro. Às vezes a pessoa nem sabe que é vilã, mas tá lá ela com uma máscara e tudo, só pra satisfazer a vontade de uma maldade inventada por terceiros.

Veja você, todo mundo quer ser bom, bater no peito dizendo ter caráter e ser honrado, mas quando chega a noite, se sentam no sofá pra ver o vilão do BBB, que nem sabe o que tá acontecendo, ou pior ainda, o vilão de uma novela com uma vida, uma história que nunca existiu, uma história com prazo de validade, justamente inventada para suprir essa necessidade que as pessoas têm de desejar que o vilão morra queimado num acidente de avião e que a mocinha viva seu amor infinito tão real quanto aquela novela.

E aí no dia seguinte a pessoa acorda e vai viver sua vida. Acreditando que é tudo um programa de televisão. Então se o boy não a ama como o galã da novela, que na vida real não passa de uma pessoa normal que peida enquanto dorme e cheira cocaína nas festinhas da Globo, não é amor de verdade. E para o papel de vilão, serve qualquer um. O chefe que não deu aquela promoção, a mãe que não aceita um namoro destinado ao fracasso, a ex-namorada que ainda perturba o seu atual, a amiga invejosa que chora nas madrugadas. Todos que estão apenas vivendo suas vidas da maneira que conseguiram. Da maneira que acharam melhor, e aí você esfrega na cara deles que eles são vilões e você é a mocinha, ou o mocinho. Mas por quê? Quem te deu esse papel? Você, claro.

Somos sempre os bonzinhos das nossas próprias histórias, mas ninguém vai sentar no sofá pra assistir, então foda-se, né? Vamos nomear de vilão quem bem entendermos. Chamar de bobo, feio e chato e achar que alguém se importa.

Mas se até Lennon foi vilão de alguma história em que ele nem sabia que fazia parte, e se soubesse cagaria baldes, saiba que você também é vilão de alguma história. Saiba que alguém também deseja que você morra queimado em um acidente de avião, e você pode nem fazer ideia disso.



sexta-feira, 3 de junho de 2011

Papo de colega:Porque homens e mulheres traem.


Mulheres:

Juliana, 27 anos: Traí porque estava carente e ele não olhava para mim como antes. Eu estava de TPM, precisando de carinho, atenção e amor, e ele foi ao jogo de futebol com os amigos.
Um antigo amor de adolescência estava na cidade e me chamou pra tomar alguma coisa. Imaginei um chopp, mas acabou sendo um banho.
Verônica, 29 anos: Traí por vingança a uma traição dele. Sou uma mulher rancorosa, que não perdoa.
Como ele pode fazer isso comigo? Logo eu, uma mulher independente, decidida, forte, que o amava incondicionalmente. Fiz tudo por ele e ele se meteu debaixo dos lençóis com uma qualquer. Mereceu o chifre, que aliás, foi com o melhor amigo dele.
Sabrina, 41 anos: Ele é um acomodado. O sexo não era mais o mesmo de antes. Parecia que ele se excitava mais com as mulheres que apareciam na TV do que comigo. Minha auto-estima que antes era enorme, estava cada dia pior. Não me sentia mais amada. E então um garotão do meu trabalho começou a me olhar de forma diferente. Voltei a me sentir sexy e desejada, e olha, não conta pro meu marido, mas foi o melhor sexo da minha vida.
Elisa, 25 anos: Estava em dúvida dos meus sentimentos. Conheci o meu noivo aos 13 anos de idade, aos 15 perdi a virgindade, e desde então só conhecia ele como homem. Precisava saber se era com ele mesmo que eu iria passar o resto da minha vida. Não me arrependo, foi bom para ter a certeza da minha vida de que eu amo o meu noivo e que ele será o pai dos meus filhos. Ele não sabe da traição.

Homens:

Roberto, Felipe, Raphael, Eduardo, Ad infinitum: Porque a outra era gostosa.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Papo de colega: Vibrador(parte II)

A independência feminina está se fortalecendo mais a cada dia que passa.Mas eu ainda sinto que algo muito importante nos deixa longe da independência total. E eu sei exatamente o que é: O sexo.

Mulheres gostam de sexo tanto quanto homens, essa é a verdade. Elas apenas se controlam mais e demonstram de formas diferentes. Mas que gostam tanto quanto, ah, isso gostam!

Não há problema nenhum em dizer que você gosta de sexo, até porque, estranho é não gostar. Buceta não foi feita só para depilar bigodinho Hitler e passar Dermacyd, não. Ela foi feita pra dar, e muito. O que não deve ser confundido com distribuir, viu meninas!?

Nesse quesito, homens estão em vantagem: Eles podem comer quantas quiserem a hora que quiserem, que serão apenas homens. Não que eles de fato consigam isso, até porque se o cara não for o Brad Pitt ou o Zé Mayer, encontrará um pouco de dificuldade em comer todo mundo.

E no caso da mulher, por maior que seja a vontade de dar, acaba sempre se sentindo na obrigação de controlar seus desejos e vontades.

Ó, sociedade, porque és tão cruel?

Recentemente uma amiga ganhou um presente incrível: Um vibrador

Diz ela que os dois únicos contatos que teve com um vibrador tinham sido numa visita a um sexshop e num capítulo de um seriado de tv. Os dois causando uma ótima impressão, mas era o tipo de coisa que ela apenas pensava “Um dia, quem sabe”.

Assim que ela chegou em casa, o porteiro entregou um pacote todo branco. Era leve e discreto, mas como ela já sabia que estava para chegar, soube na hora o que era e pensou:Minha independência feminina.

Em uma das nossas reuniões de amigas, em sua casa, ela nos mostrou: Olha, o bicho é poderoso. Motor triplo, motor extra do ponto G, 7 intensidades de vibração e pulsação, 3 de rotação, bolinhas giratórias, aprova d’água e o tão falado coelhinho vibratório. Que é, de longe, a maior vantagem do vibrador. Nunca tinha visto nada igual!

Aposto que aquele vibrador fora inventado por mulheres. De início ele até pode intimidar um pouco, é cheio de botões o que o faz parecer o que ele realmente é: uma máquina. Mas bem, para a complexidade do prazer feminino, algo simples não daria o mesmo resultado. E ele se destaca justamente por isso. Não é apenas um produto erótico, ele é o rabbit, uma mágica de juntar todos os produtos em um só, fazendo um super hiper ultra mega combo do orgasmo feminino. É tudo o que você precisa, numa forma compacta que cabe em suas mãos, prata, linda e cheia de glitter. Mesmo!

Não sei, mas do jeito que as coisas vão indo, daqui mais um tempinho vai ser tão necessário, que será mais um item da cesta básica.

Sei que ainda há um pouco de resistência pelo lado das próprias mulheres em relação à vibradores e produtos do tipo.
Meninas, ninguém duvida do quão bom são nossos maridos/namorados na cama. Eles podem ser uma máquina sexual, o que não muda em nada o fato de que eles nunca farão 1/5 do que qualquer brinquedinho faz.
Se duvida disso, peça então pra ele rodar o pau em três velocidades com 7 intensidades, enquanto vibra no seu clitóris e toca o ponto G, para entender do que estou falando.

O treco roda, vibra e pulsa. Só falta levar ao shopping de mãos dadas e chamar de meu amor.



terça-feira, 31 de maio de 2011

Papo de colega: Vibrador


(Vibradores)

Estava conversando com umas amigas quando uma me disse que certa vez abriu o armário da mãe dela para procurar uma blusa, mas acabou achando um bastão de beisebol em formato de piru. Era um falo de plástico enorme, com todo o sistema circulatório grotescamente em alto relevo e com um diâmetro que imediatamente a fez pensar em como a mãe conseguia brincar com uma coisa daquela. Haja óleo. Retruquei dizendo que fatalmente a cabeça dela de bebê devia ser mais grossa. Ela aceitou isso, mas depois de fazer alguns cálculos.

Depois disso a roda pegou gosto pelo assunto e a gente começou a dissertar sobre vibradores, consolos e companhia. A primeira coisa que eu penso quando vejo uma piroca de plástico (desculpe, mas estava preso na garganta… Isso vai soar mal) é: por que ela vem com saco escrotal? Um piru desses de mentira é rígido, óbvio, para corresponder à anatomia masculina na hora do lesco-lesco solitário. Mas qual a função de um saco duro? Sério, nem se houvesse uma nevasca e o cara saísse pelado para brincar na neve, o saco ficaria com semelhante rigidez. O saco tinha que ser feito com alguma resina flexível e dois ovos de borracha dentro com um líquido gelatinoso (pronto, fábricas, já dei a fórmula, podem patentear).

Mas não sei se é a intenção um consolo com 100% de fidelidade com o mundo fálico. Se fosse, ele precisaria ejacular e arranjar um jeito de amolecer depois. Quando disse isso, uma amiga muito conhecedora desse tipo de produto falou que existe um que pelo menos goza. Como é possível um produto desses? A mulher teria que preparar uma solução antes (sabe lá com quais ingredientes), injetar no piru, brincar com ele e depois apertar um botãozinho para liberar o pseudo sêmen?Eu hein...

Uma invenção tida como engenhosa foi a do pênis que vem com uma ventosa na extremidade contrária à glande. Assim, se você não quiser ter trabalhos braçais, basta colá-lo na parede e fingir que tem alguém te comendo. É prático, e só dá trabalho arranjar a altura certa (“opa, tá muito baixo, opa, agora tá alto” pode acontecer). Mas depois fiquei pensando naquela mulher que está dando para o piru de ventosa às duas da manhã de um sábado: ela podia estar sendo comida por algo mais do que só um piru fake engenhoso. Tudo bem que ele tem ventosa, dependendo da posição dá pra brincar até de jogar argola, mas essa mulher – a essa hora – merecia alguma coisa menos estranha do que dar pra parede.

O que a mesa pareceu concordar é que essa onda de piru cheio de veias é muito estranha. Muito mais interessante é aquele que parece a “Fat pen”: mais discreto, bonito, um convite à luxúria solitária. De qualquer forma, tenho medo dessa gente que é viciada em introduzir objetos em si. A menos que ela tenha um estoque de pirus de emergência espalhados pela casa, qualquer objeto razoavelmente fálico é um amante em potencial. Você vai escrever um bilhete na casa dela sem saber por quais profundezas humanas a pobre caneta passou. Dá medo.

Um amigo me contou que uma vez a namorada dele ficou com vontade de ter um vibrador. Ele ficou meio transtornado. Porque se sentiu em desvantagem pois a sua genitália não tem tantas velocidades, não vibra e não é ereto ad infinitum (o que é saudável, pelo menos).

Daí ele teve uma idéia(ele é meio louco, não se assuste):Pensou que ela poderia ter um vibrador que tivesse a mesma ferramenta que o Megazord falso que o irmão dele ganhou há 15 anos: gravação de voz. Aí, para ela se lembrar dele, ele poderia gravar coisas do tipo:

- … Tá gravando? Tá… É… Isso, gostosa! Isso, vai, safada!

- Ooooi! Tô de olho, hein? Tá pensando em mim, né, porra?

- Preciso de um emprego imediatamente. O tempo está passando, tenho que agarrar as oportunidades que aparecerem. O que você acha, meu amor? Ah, deixa, você está se masturbando agora.

Ainda bem, que ele mesmo, concluiu que não iria dar muito certo.



sábado, 28 de maio de 2011

Papo de colega: Bidê e chuveirinho


O bidê é a prova material de que a nossa sociedade para no tempo em alguns aspectos. Hoje em dia, na era de celulares que englobam 39 funções (telefone, música, vídeo, vibrador, psicólogo, tudo numa coisa só), é inaceitável ter algo ocupando tanto espaço com um único objetivo: um chafariz com jato rumo ao túnel metafórico. Tanto é que as casas novas, rumo à otimização do espaço físico, não possuem mais o elefante branco da limpeza. Elas têm o famoso chuveirinho, que segue à risca o conceito da convergência: limpa não só a bunda, como também outras partes do corpo e serve para auxiliar a limpeza do banheiro.

Além disso, para muitas pessoas, o chuveirinho é como a Coca-Cola: foi inventado por um motivo, mas é usado para outro. Afinal de contas, nenhuma empresa de chuveirinhos pensou em masturbação na hora de fazer seus produtos.

Embora seja muito atraente falar sobre masturbação, prefiro enveredar para um caminho mais desafiador e delicado: um papo que tive com uma amiga não identificada sobre limpar a bunda com chuveirinho. Os seres humanos são diferentes, nada mais natural do que haver orientações sexuais, gostos, manias, objetivos, personalidades e, sobretudo, formas de limpar a bunda diferentes. Só não entendi por que ela tratou o tema com pudor excessivo.

Antes do diálogo, preciso alinhavar dois parêntesis sobre o tema:

Fui educada segundo a vertente Alfrediana de limpeza: uso papel higiênico desde tenra idade. Meu epitélio bundal se acostumou com papel, pois mesmo quando não era capaz de me limpar, mamãe me aplicava lencinhos umedecidos com aroma de flores campestres.Não adianta você, adepto da escola bidelina (ou chuveirística), dizer que minha vertente é nojenta: estamos falando sobre tirar restos de cocô do corpo, é nojento de qualquer forma, e provavelmente sempre será.

Desculpem falar de cocô assim, por favor, não quero que vocês pensem que sou nojenta. O problema é que eu dei a cagada (não tinha substantivo melhor?) de ter a brilhante idéia de escrever sobre esse tema. E minha cabeça é complicada, se eu não liberar logo esse texto, ela fica com prisão de ventre (não tinha termo melhor?).


Lá vai o diálogo:

Eu – Odeio quando botam o papel higiênico assim. Você puxa e ele destaca sem você querer.

B – É, eu não sei, não uso muito papel higiênico.

Eu – Você usa chuveirinho?

B – Uso.

Eu – E como você se certifica de que a sua bunda está limpa?

B – Eu sei, ué.

Eu – Sim, mas você passa a mão?

B – Não.

Eu – E se ficar alguma coisa presa, poxa? Nunca ficou uma badalhoquinha?

B – Nunca ficou.

Eu – Que nojo…

B – …

Eu – Você seca a bunda?

B – Não interessa.

C – Sobre o que vocês estão falando?

Eu – Sobre como ela se limpa. Ela usa chuveirinho, mas não quer me dizer se passa a mão para se certificar que a bunda está limpa. E nem se ela se seca depois.

C – Ah, deve se secar sim.

Eu – Será que é com a toalha de rosto?

B – Cala a boca!

Eu – Vou evitar me secar na sua casa…


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Papo de colega:As mulheres querem dar!

Pensei por muito tempo no título perfeito. Pensei em “trepar”, “transar”, “fazer amor” e finalmente em “dar”, porque no final das contas é exatamente isso o que as mulheres querem. Elas não querem trepar, não querem transar, não querem fazer amor (até porque “fazer amor” é coisa de pagodeiro), o que elas querem é dar.

Quando você dá, você está dando a alguém o que você tem de mais valioso: você mesma. É um presente, algo que a pessoa conquistou por merecimento, e que agora é dela e ela pode fazer o que quiser, porque já não te pertence mais. O que as mulheres querem, é justamente isso: Elas não querem mais pertencer a elas mesmas. Elas querem se doar.

Transar é muito bom, trepar é muito bom, gozar por si só é muito bom, mas bom mesmo é dar.
Dar não é só corpo. Dar é cabeça, dar é coração. Se uma mulher te dá, saiba que você foi o escolhido entre as milhares de opções que ela tinha. E acredite, ela realmente tinha milhares de opções.
Talvez você seja merecedor, talvez você não passe de um merda, e no final das contas isso pouca importa. Por alguma razão ela o escolheu, e então, meu caro, cabe a você, e só você, não desperdiçar tal presente.
Você pode encontrar uma multidão de mulheres querendo sexo. Mas dar, não.

Dar é a foda perfeita. Dar são os gemidos genuínos. Dar é o sexo com toda a vontade do mundo. Dar é acordar no dia seguinte e ainda querer aquela pessoa. Dar é querer agradar. Dar é aceitar ser agradada. Dar é se preocupar com o outro. Dar é bom pra caralho.

Depois que uma mulher finalmente descobre o que é dar, ela não se preocupa em esperar para dar novamente. Pode demorar meses, anos para que ela vá pra cama de novo com alguém. O que é sexo depois que se descobre a delícia de dar? As vontades são as mesmas, a necessidade de gozar é a mesma, o tesão é o mesmo, mas não é só isso que elas querem. Elas querem algo muito maior. Elas querem algo que talvez um homem nunca vá compreender. Elas querem se doar. Elas querem se entregar. Elas querem dar!



quinta-feira, 26 de maio de 2011

Papo de colega: Frases estranhas de Auto-ajuda

Sem querer ser cética demais, qual é a aplicabilidade real da frase "a sua inveja é a velocidade do meu sucesso?" Essa é uma das sentenças que menos fazem sentido na história dos adesivos vergonhosos de automóvel. É assim que funciona? Eu tenho inveja de você, aí a inveja é transformada em energia positiva no céu – sem o meu consentimento – e endereçada à aura do invejado. Essa energia é convertida em propensão ao sucesso e à riqueza. Se assim fosse, só haveria adesivos com essa frase em Ferraris, Lamborghinis e similares. Não em Brasílias. A menos que fossem de colecionador.

Pelo que reza o folclore, inveja é sinônimo de olho gordo. E olho gordo, todos nós sabemos, é uma espécie de bolor da vida alheia. Tanto é que existem espantadores cabalísticos de olho gordo (os super efetivos olho grego e olho turco). Se a inveja fosse a velocidade do sucesso de alguém, do jeito que o ser humano é, as pessoas usariam amuletos para atrair inveja, e não para repelir.

De qualquer forma, a gente vê como as pessoas se dedicam de coração a causas mínimas e totalmente desnecessárias: vou usar um amuleto (como se funcionasse) para espantar (como se conseguisse espantar algo) mau olhado (como se tivesse algum poder de destruição de vida).

Além do mais, um dos termos desse ditado está errado. Se quanto mais inveja, mais velocidade para o sucesso, então a sua inveja é a aceleração do meu sucesso, e não a velocidade. Sem a sua inveja, meu sucesso está em Movimento Retilíneo Uniforme, ou seja, não vai ficando mais rápido com a variação de tempo (delta T). Se a sua inveja for constante, aí então meu sucesso ficará em Movimento Retilíneo Uniformemente Variado. Se a sua inveja for apenas pontual, não sei o que acontece.

Outra frase nada a ver é “Quero meus amigos por perto e meus inimigos mais perto ainda”. Sim, quero estar num quarto com meu namorado, mas com meu inimigo comendo minha bunda. Porra, acho que não. Se os inimigos existem e não estão na puta que pariu, é melhor que fiquem onde estão, não muito perto. Ficar monitorando o que quem te odeia está fazendo é uma excelente forma de ficar paranoico e em beligerância constante. Quero ver você falar essa frase se seu inimigo tiver tendências homicidas. Se “Quero meus amigos por perto e meus inimigos mais perto ainda” fizesse sentido, não existiria medida cautelar, não?


quarta-feira, 25 de maio de 2011

Papo de colega: Cadê o homem que estava aqui?


Vez ou outra, homens tem uma irritante mania que só eles conseguem arquitetar com tamanha sapiência: eles somem.

E não é só isso, eles somem com uma maestria invejável, eles tomam chá de sumiço bem no momento em que você estava quase enganada de que tudo estava indo muito bem, obrigada.

Eles somem sem dar sinal, sem dar pista; somem sem ligar, sem mandar sms, código Morse, pombo correio, sinal de fumaça. Eles somem de você, sem pensar que avisar seria no mínimo uma atitude educada.

E sabem por que eles somem? Eles somem quando acham que você quer casar, ter 5 filhos e uma casa de campo com eles.

Porque por mais que o boy não passe de um agradável passatempo, se você não estiver dando para outro (e deixar isso bem claro), é exatamente isso o que ele vai pensar.

É, minhas caras, caímos então no cruel dilema das relações humanas: como demonstrar para o outro o que está se passando dentro de você?

Quem dera tudo fosse resolvido com uma simples conversa. Mas não, o ser humano não é tão simples assim, as pessoas só escutam o que querem escutar, e os homens em especial têm uma característica peculiar que eu chamo de ouvido seletivo.

Eles selecionam o que vão ouvir. Muito útil para quando você começa a falar sobre a morte do seu cachorro ou a viagem que fez com seus pais no verão passado, mas um tremendo erro quando o que está sendo discutido é a relação de vocês dois.

Sim, relação, porque mesmo que seja apenas relação sexual, ainda assim é uma relação.

O que você dirá: “eu não quero nada sério, estamos bem assim.”

O que ele vai ouvir: “eu estou dizendo que não quero nada sério, mas é só para me fazer de durona. A verdade é que estou louca para que me peça em casamento agora mesmo, dentro desse carro imundo que você não lava há 5 meses, mas que estou apaixonada demais para me importar”.

De certo é algum tipo de trauma, alguma defesa burra e desnecessária, o que não é desculpa para nada. Independente do motivo que o leve a acreditar que além de você não ser a pessoa certa para ele, ele também está afim de acabar, seja lá o que vocês tenham, o mínimo esperado é que ele acabe.

Se ele foi homem o suficiente para entrar nessa, que seja para sair também.

É um ato desrespeitoso e covarde, mas veja pelo lado positivo: Ele fez um favor a você, poupando o seu trabalho de descobrir mais tarde o homem frouxo e cagão que ele na verdade é.

Sumir não é tomar uma atitude, sumir é fugir do que você não consegue encarar.



sexta-feira, 20 de maio de 2011

Papo de colega: A caça e a bacia


Conselho de amiga é uma coisa hiper divertida, tem sempre uma historinha mega escrota, uma fábula, uma frase pronta ou um conselho de mãe, e quer saber? No final das contas é tudo verdade. Depois de todo o lenga-lenga, a moral de fato é verdadeira, mas aí até você conseguir colocar em prática na sua vida, já são outros 500. Você sabe o que fazer, sabe como fazer, mas por alguma razão mística, você não faz.

É, essa é a vida. E é uma bosta.

O último conselho que recebi foi de uma grande amiga que veio com o papo da bacia. Segundo ela, homens são como bacias cheias d’água. Se você puxar com força pra si, a água vai toda embora pelo lado oposto, mas se empurrar pra longe, a água cai toda em cima de você.
Tá, eu entendi, a teoria é muito bacana, mas como fazer quando o que você mais quer é se afogar naquela água com roupa e tudo, e foda-se se é uma bacia ou uma piscina olímpica?

Essa mesma amiga sempre repete que homens gostam de caçar, mas puta que pariu, se quer caçar, vai pra selva, meu filho. Quer dizer que tenho que me sentir um alce indefeso e ainda achar legal? Minha mãe me carregou 9 meses na barriga pra minha vida amorosa se resumir a caça de alguém, ou pior, a uma bacia?

Devo ser a pior pessoa para se envolver sentimentalmente então. Eu não sei fazer joguinho, eu quero tudo, e quero agora. Não sei fingir qualquer coisa que não seja a realidade, não sei gostar pela metade, não sei dizer não enquanto grito por dentro o maior sim da minha vida, não sei empurrar a porra da bacia, não sei ignorar uma ligação que esperei a semana inteira, não sei esconder que gosto, não sei, não sei e não sei.

Sou uma negação. Envergonho as amigas, a mãe e a mim mesma, e provavelmente sou o tipo que a maioria dos caras fogem, porque por mais surreal que seja, tá todo mundo carregando 20 e tantos anos de traumas. Corpos bonitos com cabeças tão fudidas que dá até medo. E você que acabou de chegar naquela vida e não tem nada a ver com o passado da criança, acaba tomando no cu.

Então, minha amiga, ou vamos nos focar na minoria ou vamos começar a andar com o nosso tubinho de KY na bolsa.



quinta-feira, 19 de maio de 2011

Papo de colega: Não tá fácil pra ninguém

Duas meninas bonitas, 20 poucos anos, aparentemente normais, sem problema nenhum de loucura ou neurose aparente, e… encalhadas.
Olha, não tá fácil pra ninguém, viu?

Tirando os gays, os feios demais, os gordos demais, os novos demais, os velhos demais, os psicopatas demais, os casados, os da família, e os que ainda gostam da ex, te sobram quantos homens no mundo? Uns 5? É, por aí.

E aí esses 5 não querem nada.

E não é difícil entender o porque deles não quererem nada: Para cada 5 homens normais e disponíveis, há umas 200 mulheres que já perceberam que a situação tá feia. Então a mulher usa de todas as artimanhas possíveis para que aquele homem seja dela. Se o cara pede o cu, a mulher dá até a orelha. E aí eu te pergunto: Você acha que esse cara vai querer se prender a alguém? Não, não vai!

E aí, você, mulher bonita, disponível, inteligente, independente, vacinada e vermifugada, percebe que tá tomando no cu com areia e no susto.
Se alguma mulher te disser que está solteira por opção, tenha certeza: Opção dos outros.
Porque olha, minha amiga, não tá fácil pra ninguém.

O homem mais gordo do mundo tá casando. O homem mais peludo do mundo tá casando, e você aí, depilada e com umas simples laterais, alcinhas do amor, gostosas de apertar, continua encalhada.

Olha, não é desespero. Eu não to desesperada. Posso ter um vibrador se eu quizer. Mas dá um certo medo de me imaginar velha, com 72 gatos no apartamento e servindo de exemplo pra assustar criancinha da vizinhança.

Por outro lado, você vê que a situação pode estar até pior do que você imagina a ponto da mulherada começar a casar com o homem mais peludo do mundo, o mais gordo do mundo, e todo o resto do Guinness.

E eu continuo me perguntando então: Cadê o meu anão? O meu homem elefante? Tô aceitando currículo do circo todo.
Porque olha, não tá fácil pra ninguém!


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Papo de colega: DVD lá em casa

De todas as desculpas masculinas usadas para comer uma mulher, “assistir um DVD lá em casa” está, sem dúvida, no topo da lista.

É normalmente usada quando os dois estão saindo há um tempo mas nunca foram pra cama, então um belo dia, o boy, achando que achou a desculpa perfeita, solta: Quer assistir um DVD lá em casa?

E então começa a confusão mental da menina. Ela sabe que se for, vai acontecer. Então por mais que ela realmente queira assistir um DVD e , essa opção é nula. Ela tem que estar ciente de que se aceitar o convite para o tal DVD, o único filme que assistirá se chama “a rola do boy“.

Após o convite ser aceito, começa então todo o preparo pré-primeira-foda. Depilação, unha feita, escova no cabelo, a roupa que a deixa mais gostosa, lingerie nova, maquiagem bem feita, e a cara de pau de chegar com o maior ar de “não vim esperando nada. Eu ando sempre assim”, quando na verdade a menina já chegou na maldade.

Chegando na casa do boy, bate uma certa depressão de ver que você se arrumou toda para o cara te receber de chinelo e blusa do candidato a vereador das eleições passadas. Mas tudo bem, desde que ele esteja de banho tomado, dá pra relevar.

Vocês então vão escolher o DVD. Os dois sabem que isso é o que menos importa, e nesse momento que mistura constrangimento com graça, os dois mantém a pose até o fim. E tanto faz se escolhem Loucademia de Polícia 100 ou A Lagoa Azul. No final das contas ninguém vai assistir porra nenhuma de filme mesmo.

Vocês pegam pipoca e refrigerante, e você sabe que pra não parecer fácil demais, o tempo mínimo para deixar alguma coisa rolar é até a pipoca e os 2 litros do refrigerante acabarem. Haja Coca-cola!

No meio do filme, você já está sem a menor vontade de comer pipoca, e enfiando refrigerante pelo cú, mas agora quem quer sexo é você. E você não se arrumou toda para nada! Então é bom que o dito cujo esteja mortíssimo de fome e sede, porque aquela merda tem que acabar logo.

Você já nem mais sabe o que está acontecendo no filme, o seu mantra de auto-controle da afliceta te suga toda a concentração, você se concentra apenas em comer, beber e manter as pernas fechadas até a cancela do momento certo se abrir, por mais irresistíveis que sejam as investidas dele.
Porque ele vai tentar, ele vai insistir. Mas você está lá, toda trabalhada na concentração vaginal, fingindo o maior interesse no filme que você está cagando baldes.

Eis então que o momento certo chega. A Coca acabou, a pipoca também e o filme não parece acabar nem tão cedo. Você então resolve que é hora de provocar. Chega mais perto, joga o cabelo pro lado, tira todo o maldito sal da boca, joga as pernas por cima do boy e espera que ele faça alguma coisa. Se você não estiver saindo com um retardado, ele começará a passar a mão na sua perna. E aí pronto, a perna já tá ali perto do que realmente interessa. Você então sabe que agora pode relaxar, que pra chegar onde deve não vai demorar muito. Você já fez sua parte, tentar te comer agora é trabalho dele.

Vocês começam então uns amassos picantes, derrubam a tigela de pipoca no chão, o controle vai pra baixo do sofá, as almofadas do sofá voam longe, os créditos do DVD passam por horas seguidas e no final de tudo a sua calcinha amanhece na varanda.

E no dia seguinte, quando te perguntam como foi o filme, sua primeira resposta é “foi foda!

P.s.: Meninos, e vocês que achavam que íamos sem intenção de nada, hein? Tolinhos!



terça-feira, 17 de maio de 2011

Papo de colega: Gretchens da vida real

Ta muito difícil achar alguém bacana que realmente tenha interesse em querer algo com você.

Mas bem, aparentemente isso não funciona para todas. Enquanto eu, você e o resto da população feminina normal e não desesperada pena pra arrumar um namorado no mínimo psicologicamente são, a Gretchen se casa pela 14° vez.

Não sei em que mundo a Gretchen vive, mas certeza que não é no mesmo que o meu. Porque se tá difícil achar um cara disposto a mudar o status do Facebook, achar 14 dispostos a casar parece até piada. E é!

As Gretchens da vida real funcionam da mesma forma. São aquelas mulheres que acabam e começam relacionamentos toda hora e sem o menor critério. A busca delas não é por achar alguém legal, é por simplesmente achar alguém. Se a pessoa é legal, é correta ou de caráter, pouco importa. Elas querem alguém, e por mais escroto e maluco que o cara possa ser, isso passa desapercebido, porque o único requisito é que ele esteja com intenções de algo sério.

É de uma carência que beira a tristeza, porque se você não consegue ser um, você nunca conseguirá ser dois, mesmo que você tente ser dois com 14 pessoas diferentes. Não vai conseguir!

E aí o amor vira bom dia. O amor vira pura vontade de não estar sozinho. O amor vira desespero e o desespero vira medo.
Não tem como começar algo com alguém se você sabe que aquele relacionamento tem prazo de validade. Querer estar com alguém, não é o mesmo que querer estar com determinada pessoa. Se a pessoa não consegue desatar os nós da própria vida, da própria cabeça e do próprio coração, sabe quando ela vai ser feliz com alguém? Nunca!

Procurar desesperadamente a felicidade em outras pessoas, só torna nós mesmos tristes, amargos e acima de tudo burros.

Em tempos de banalização do amor, mando logo tomar no cú que é mais sincero.



segunda-feira, 16 de maio de 2011

Papo de Colega: Activia


Minha amiga estava saindo com um carinha há uns meses. Passavam bastante tempo juntos. Ele era uma ótima companhia. Um cara agradável, ótimo beijo, ótimo sexo, ótima pessoa, ótimo papo, ótimo amigo e até ótimo filho,o filha da puta também era. Parecia um sonho. O cara perfeito.
Até esse dia.
Estavam de bobeira na casa dele. Ela não aguentava mais assistir televisão enquanto o observava jogar no computador. Precisava usar todo o charme e poder de persuasão feminino para tirá-lo dali, e sabia que só havia uma força tão poderosa para tal: sexo.

Puxou a cadeira dele com os pés, debruçou em seus joelhos e disse:
- Sabe, eu estava pensando aqui numa coisa.
- Espero que seja importante porque eu estava quase passando aquela fase que eu nunca consegui passar.
- Vou ignorar o que você acabou de dizer e continuar. O que eu estava pensando era numa brincadeirinha que nunca fizemos. Acho que você deveria descer na cozinha e procurar algum leite condensado, calda, sorvete, algo do tipo. Você sabe que te acho uma delícia, mas olha, acho que poderia ficar ainda mais. O que me diz?
- Foda-se o jogo.

Naquele momento, ela estava certa de que aquele homem seria o pai dos seus filhos. O boy largou o computador para comê-la. Quantas centenas de mulheres não tem o prazer de dizer o mesmo? Se isso não era amor, o que seria então?

Sabia que agora só restava esperar. Como sabia que ele chegaria na fúria sexual, poupou seu trabalho e já o esperou sem calcinha.

Eis então que o bonito entra no quarto. Com um sorriso na cara e o pau duro na cueca. E então ela vê em sua mão a última coisa que esperava: Um potinho de Activia de ameixa.

- O que é isso?
- Só achei isso.
- Você tá pedindo preu literalmente cagar no seu pau, né?

Todo o tesão foi embora. Toda a criatividade se recolheu de vergonha. Ela queria rir, queria chorar, queria socar aquela cara linda. Queria que quem tivesse inventado o Activia morresse queimado.

Ai, ai.. Despois deste depoimento, eu fiquei me perguntando...
E se ele não tivesse achado o Activia, o que o gênio traria? Farofa? Uma feijoada? Um sanduíche de presunto?

Eu hein!!

domingo, 15 de maio de 2011

Você é o cara que, quando foi embora, me deixou sentindo uma dor bem enorme, mas eu gosto de você, você não fez por mal. Seu mal nunca foi por mal. Então, eu gosto que gostem de você. E o narrador me narra seus tênis sempre tão publicitários. Seus pés gordinhos e pequenos e tão perfeitos pra carinhos. E narra sua roupa de chefe descolado. E narra o segundo em que você me percebe na festa e cochicha no ouvido do seu amigo alto. E narra todas as infinitas vezes em que você passou por trás de mim, esperando que eu me virasse e concordasse com seu "oi" cordial. Preferindo que eu não me virasse, assim você podia não sentir essas coisas complicadas todas que sentimos juntos. Então, cansada de te narrar, chamei firme seu nome, com um sorriso maduro. Mordendo a língua que tremia batendo no céu da boca. Minha língua, quando te vê, quer logo te dizer coisas lindas e assustadoras. Então é uma luta prendê-la no céu, deixando na terra apenas meu cordial "oi" que você queria sem querer. Então fomos pegar água. Brindamos com a água. Você com sua mania de conversar quase dentro da minha cara. Eu vesga de te ver tão perto. Seu charme míope e inseguro. O menino inseguro que conversa colado na minha retina. Que insegurança é essa? Eu não te pergunto nada, apenas desejo tanto você que sorrio como se não me importasse com sua existência. Mas você resolve se explicar mesmo assim. Porque "seus olhos estão sempre me perguntando algo", você diz. E você começa sua loucura que me faz gostar ainda mais de você. Empurra a palma contra o peito e diz "eu gosto assim, Tati, fechado, protegido, eu gosto". Então você olha para o meu copo d'água e diz: "eu sou só um copo d'água, mas você ficava me olhando e pensando nas bolhas e nos gelos e nos canudinhos e na transparência e se a água era isso ou aquilo. Água é só água, por que você complica a água, Tati?". Então apagaram a luz e eu quis me esconder dentro do seu paletozinho de publicitário descolado e ouvir suas batidas descompassadas e embaladas pelo seu cheiro de alma boa. Mas você pegou na minha mão e continuou dizendo que uma mão, muitas vezes, é apenas uma mão. Mas que eu insistia em enxergar os buracos entre os dedos, os anéis que separavam os dedos, a dor da separação dos dedos, a gota da bebida gelada entre os dedos. E que você não poderia suportar isso. A maneira como eu te olhava. Vendo mais, inventando mais, complicando mais. E eu quis te dizer que tudo bem, eu seria uma menina simples. Eu mataria meu narrador, minhas possibilidades, meus mundos, minhas invenções. Só de ver seus cachos mais grisalhos e rococós ornando seus medos e superficialidades eu desejei não ser mais eu pra ser qualquer coisa que pudesse ser sua. Mas enchi meu peito surrado e murcho de coragem e te disse que, infelizmente, onde você era apenas um copo d' água eu era a tempestade.
Tati Bernardi

sábado, 14 de maio de 2011

Papo de Colega: Trocando nomes

Lá está você com o homem mais gentil, carinhoso e maravilhoso do mundo. Tudo está a mil maravilhas, vocês estão no provável momento mais romântico de suas vidas, entre abraços, beijos e declarações, quando ele abre a boca e diz: Elisabeth, eu te amo!

Lindo, não?

Sim, seria lindo. Se você não se chamasse Abigail.

Trocar o nome da pessoa é o maior corta tesão do mundo. Não importa quem seja a Fulana do nome. Pode ser ex-namorada, pode ser ex-ficante, pode ser sonho de consumo, pode ser a mãe do cara, pode ser a tia da cantina, pode até não ser ninguém que mesmo assim o vacilo ainda é grande.

A mãe da criatura a batizou com um nome com a intenção de ela seja chamada pelo mesmo. Então chamar a Letícia de Regina não pega bem, amigo. É até válido chamar por algum apelidinho. Chama de amor, de xuxu, de linda. Pronto, se você troca de mulher como troca de cuecas, serve para todas e você não precisa passar por esse tipo de situação embaraçosa.

Se você não está saindo com a Sarah Sheeva que um dia já foi Riroca, você não tem desculpas para trocar o nome da mocinha. É de extrema falta de respeito e não importa se ela é sua esposa há 20 anos ou seu lanchinho da madrugada, ela merece o mínimo de consideração em você chamá-la pelo seu nome verdadeiro, e não pelo primeiro nome que vier a sua cabeça.

Mermão, me chama de “saco de merda”, mas não troca o meu nome.


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Papo de Colega: Clichê

Aniversário de parente é um terreno perigoso, em que qualquer cuidado é pouco, tanto para ser molestado por tias, quanto para ouvir piadas velhas. Ser molestado é o de menos, o problema é ouvir as piadas, que, aliás, nunca foram piadas autênticas, pois a premissa básica de uma piada é de que ela faça rir. Não importa se ela é batida, mas se ela fez rir ao menos na primeira vez em que foi proferida, tudo bem, temos uma piada.

Mas convenhamos que “É pavê ou pacomê?” nunca, em hipótese alguma, foi engraçado, e provavelmente jamais será. Ela é uma das poucas coisas imutáveis da vida: seu potencial de riso é nulo através da história.

O aniversário estava indo normalmente quando alguém colocou o pavê em cima da mesa. Aí é a crônica de uma morte anunciada: cedo ou tarde alguém sucumbiria à tentação irresistível de bradar a piada. É questão de tempo e estatística: nunca na história das sobremesas, um pavê passou incólume às babaquices alheias. Está aí um objeto para psicologia. Se todo mundo pensa a mesma coisa sobre o assunto e ele não causa mais sobressaltos, para que tocar no assunto? Que TOC é esse que só faz a pessoa descansar em paz se ela perguntar “É pavê ou pacumê?” Pra mim, a pessoa que faz uma coisa dessas é a mesma que se sente obrigada a ligar e desligar 17 vezes a luz do quarto antes de entrar nele, senão sua família toda vai morrer inexplicavelmente.

Um parêntese: Deve ser um saco ter TOC e receber correntes de e-mail.

Mas enfim, imagine que você tem um cinturão de dinamite, e precisa entregar para alguém numa roda:

a) Um baleiro de trem

b) Um ator pornô

c) Um pai de família

d) Um membro de uma célula terrorista louco para destruir algum lugar em nome de uma religião.

Aí você, cheio de bom senso, escolhe a opção D (seu terrorista). Foi exatamente o que aconteceu com o pavê. Das pessoas que poderiam servi-lo ao público, a tia mais pentelha de todas ficou com a incumbência. Aí fudeu, minha amiga, ela saiu alvejando épavêoupacumê a cada pedaço que distribuía. Na quinta vez, eu gargallhei e disse “Essa é boa, vocês ouviram? Hahaha, ai ai…” Aí ela se encabulou um pouco. Mas assim como vício em crack, a recaída em épavêoupacumê é rápida e mortal. Ela não só continuou como contaminou os outros, tal qual uma morta-viva da piada desgastada. Perdi pra tia pentelha.

Tudo bem, pessoas mais velhas são mais teimosas e têm menos ímpeto para mudanças radicais. Mas você, meu leitor precioso, minha leitora adorada, aproveite o tempo longo que tem pela vida para coibir o clichê no mundo. Dá, sim, para acreditar em um futuro próximo em que alguém vai estar na cabeceira da mesa do bar sem ouvir retardos sobre conta. Depende só de nós saborear o pavê sem o gosto de merda que a piada tradicional tem. Temos que ter fé e lutar para que um dia, se alguém tiver problema na junta, ninguém complete de maneira mongoloide. E o mais importante, se alguém à 00h27min disser que tem que trabalhar amanhã… Deixem que ele trabalhe só amanhã.

A União faz a força, pessoal (se falar “faz o açúcar”, você não está preparado para entrar no nosso grupo revolucionário).