sábado, 28 de maio de 2011

Papo de colega: Bidê e chuveirinho


O bidê é a prova material de que a nossa sociedade para no tempo em alguns aspectos. Hoje em dia, na era de celulares que englobam 39 funções (telefone, música, vídeo, vibrador, psicólogo, tudo numa coisa só), é inaceitável ter algo ocupando tanto espaço com um único objetivo: um chafariz com jato rumo ao túnel metafórico. Tanto é que as casas novas, rumo à otimização do espaço físico, não possuem mais o elefante branco da limpeza. Elas têm o famoso chuveirinho, que segue à risca o conceito da convergência: limpa não só a bunda, como também outras partes do corpo e serve para auxiliar a limpeza do banheiro.

Além disso, para muitas pessoas, o chuveirinho é como a Coca-Cola: foi inventado por um motivo, mas é usado para outro. Afinal de contas, nenhuma empresa de chuveirinhos pensou em masturbação na hora de fazer seus produtos.

Embora seja muito atraente falar sobre masturbação, prefiro enveredar para um caminho mais desafiador e delicado: um papo que tive com uma amiga não identificada sobre limpar a bunda com chuveirinho. Os seres humanos são diferentes, nada mais natural do que haver orientações sexuais, gostos, manias, objetivos, personalidades e, sobretudo, formas de limpar a bunda diferentes. Só não entendi por que ela tratou o tema com pudor excessivo.

Antes do diálogo, preciso alinhavar dois parêntesis sobre o tema:

Fui educada segundo a vertente Alfrediana de limpeza: uso papel higiênico desde tenra idade. Meu epitélio bundal se acostumou com papel, pois mesmo quando não era capaz de me limpar, mamãe me aplicava lencinhos umedecidos com aroma de flores campestres.Não adianta você, adepto da escola bidelina (ou chuveirística), dizer que minha vertente é nojenta: estamos falando sobre tirar restos de cocô do corpo, é nojento de qualquer forma, e provavelmente sempre será.

Desculpem falar de cocô assim, por favor, não quero que vocês pensem que sou nojenta. O problema é que eu dei a cagada (não tinha substantivo melhor?) de ter a brilhante idéia de escrever sobre esse tema. E minha cabeça é complicada, se eu não liberar logo esse texto, ela fica com prisão de ventre (não tinha termo melhor?).


Lá vai o diálogo:

Eu – Odeio quando botam o papel higiênico assim. Você puxa e ele destaca sem você querer.

B – É, eu não sei, não uso muito papel higiênico.

Eu – Você usa chuveirinho?

B – Uso.

Eu – E como você se certifica de que a sua bunda está limpa?

B – Eu sei, ué.

Eu – Sim, mas você passa a mão?

B – Não.

Eu – E se ficar alguma coisa presa, poxa? Nunca ficou uma badalhoquinha?

B – Nunca ficou.

Eu – Que nojo…

B – …

Eu – Você seca a bunda?

B – Não interessa.

C – Sobre o que vocês estão falando?

Eu – Sobre como ela se limpa. Ela usa chuveirinho, mas não quer me dizer se passa a mão para se certificar que a bunda está limpa. E nem se ela se seca depois.

C – Ah, deve se secar sim.

Eu – Será que é com a toalha de rosto?

B – Cala a boca!

Eu – Vou evitar me secar na sua casa…


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