quarta-feira, 11 de maio de 2011

Papo de colega: Olha o piu piu ô...


Não sou a favor desse preconceito exacerbado com as bandas da modinha de atualmente. É fácil para alguém aos 25 anos, meter pau nas adolescentes de 13. Mas não sejamos tão ruins assim, elas estão mesmo na fase de ouvirem porcaria.

Até porque, você, que agora me lê, se você já passou dos 20, amigo, seu passado te condena.

E muito.

Você teve o cd Axé Bahia 97, que eu sei!
Você sabia a coreografia toda do É o Tchan, que eu sei!
Você cantava o mêlo do pirulito, que eu sei!
Você ouvia Chiquititas antes de dormir, que eu sei!

Então, mermão, você acha mesmo que tem alguma moral pra falar de Restart e companhia?
Não, você não tem.
Nem você, nem eu, nem qualquer um que nasceu na década de 80, porque você ouviu coisa pior, sim. Não adianta querer dizer que aos 10 anos de idade você só ouvia Djavan, porque é mentira!

E veja só que diferença, na sua infância você escutava “Uh Tiazinha, mexe essa bundinha e vem, Uh Tiazinha, mexe aqui pra mim também” e a infância de hoje tá escutando “E eu vou te esperar, aonde quer que eu vá. Aonde quer que eu vá, te levo comigo”, então você quer mesmo discutir sobre a qualidade do que a mulecada anda ouvindo?
Olha, dê graças a Deus que as bandinhas pop estão na moda, porque se não fossem por elas, era muito capaz do seu filho, do meu e o de todos nós nascerem ouvindo coisa muito pior. E quando eu digo pior, não há limites para tal.

Quando eu tinha 13 anos, encasquetei que eu queria um cd do Rodolfo e Et. Sim, por algum motivo misterioso, eu achei que deveria ouvir em casa a dança do et, e que isso era extremamente necessário para mim.
Lembro de pedir pro meu pai, e ele não acreditar no que eu estava pedindo. Tanta coisa preu pedir e eu pedi logo aquilo?

Imaginem meu pai, um homem sério, evangélico e bem arrumadinho entrando numa loja e se dirigindo ao caixa com três cds em mão: Arautos do Rei, Prisma e Rodolfo e Et.
Ridículo, patético, beira ao vergonhoso, mas ele tinha uma filha. Uma filha de 13 anos com a cabeça cheia de Domingo Legal e sua bizarras atrações, então fazer o que? Presenteá-la com Luiz de Carvalho e Denise?
Não importava a qualidade do que eu, aos 13 anos de idade, queria. Se era bom, ou ruim, foda-se. O que importava é que eu era uma criança, meus gostos ainda estavam em formação, e eu tinha que ser, me vestir, ouvir e me comportar como qualquer menina normal da minha idade. Fosse isso ouvir Rodolfo e Et ou Fiuk.

Então a garotada de hoje tá ouvindo o que? É bandinha emo? Então tá ok.Temos que apoiar, achar lindo, cantar junto e dar o maior incentivo, porque é só se lembrar da nossa época e ver que poderia ser pior. Beeeeeem pior, meu amigo.



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