sexta-feira, 17 de junho de 2011

Papo de colega: Escrever Conto Erótico?

Podia começar com “Era uma vez”, mas foram duas vezes, foram três, quatro, cinco… Foram mais vezes do que dedos para contar. E eu dizia assim: “Eu não minto quando escrevo”, e os amigos que enchiam os copos de cerveja sempre me perguntavam: “Cadê o seu?”

Estávamos todos no bar. Gosto desses dias com os amigos. Faz parecer que na semana seguinte não haverá segunda-feira.
E mesmo nos momentos em que o tédio roubava a cadeira ao lado, eu fazia dele a melhor companhia, para depois brincar de ser meu namorado.
A galera tinha levado gente nova, e eu torcia o nariz para tanto desconforto.
Faziam média, se olhavam se ajeitavam nas cadeiras de plástico, e os que mais me irritavam, se auto-intitulavam caretas.
Caretas de quê? A diferença entre o si e entre o não é só de um momento.
Um casal sentava-se ao meu lado. Ele, estudante fudido, sem um pingo de criatividade. Ela, vestido florido que nas horas vagas escrevia contos eróticos na internet para meia dúzia de punheteiros online.
Estava sim julgando, porque todo mundo julga o tempo inteiro, e é por isso que se tem amigos, ou inimigos.
Ela pareceu interessada quando soube que eu tentava escrever. Puxou a cadeira mais perto e começou a falar – seus contos, suas idéias, suas vontades – dela.
Tinha me pego num péssimo dia. Não estava com disposição de fingir interesse pelo desinteressante.
Deixei-a falando. Porque é isso o que satisfaz. Não é preciso ouvir, apenas fazer presença para alguém falar, falar, falar por horas. De si, e tudo ligado a si mesmo.
Em algum momento ela me perguntou algo, e esperava uma resposta:
- Nunca escreveu conto erótico?
- Eu?
- É. Você.
- Eu não.
- Porque não?
Puxei seu cabelo com a força necessária para ouvir o estalar do pescoço. A mesa se calou e todos permaneceram imóveis, tentando entender o que acontecia:
- Gosta disso, Piranha?
O rapaz pouco criativo levantou num pulo e afastou-me, dando o que eu chamei de “minha deixa” para a conclusão da noite e da estória:
- Porque sacanagem não se escreve não se conta. Sacanagem se faz. Debaixo do vestido e sem flores.




Papo de colega: Allana



Quando tudo começou a incomodar de maneira que não conseguia mais pensar em outra coisa, sentei na cama com a minha pior cara, cruzei as pernas e pensei “e agora?” sem a menor esperança de um “agora”.

Liguei a televisão e vi desenho o resto da manhã. Não que eu esperasse que fosse solucionar o que não tinha solução. Não ajudou em nada, mas pelo menos também não piorou. E na hora, isso me era lucro.

Precisava falar com Nana.

Bateu uma enorme e incontrolável vontade de fazer com que ela soubesse tudo o que estava acontecendo.

Não era uma situação de ajuda, conselho, ou respostas que mudariam o meu mundo, era uma situação de Nana, e só queria que mesmo sem poder ajudar, ela ouvisse. Mesmo perto, ela fizesse algo com o longe e mesmo sendo só a Naninha, ela fosse tudo o que Naninha é.

Mas não conseguia achar Nana, e com o celular ainda chamando por Nana, roí todas as unhas da mão esquerda. E segundos depois, todas as da direita.

Funcionava mais ou menos assim: Escolhia um dedo qualquer, de preferência o que estivesse com o esmalte mais intacto, arrancava com os dentes o máximo que conseguisse, e cuspia o resto no chão do quarto. Ardia, eu não queria e sabia que ia me arrepender, mas a sensação de arrancar devagar aquilo que eu sabia que depois ia crescer de novo, me fez achar que talvez valesse a pena doer por alguns dias a mais.

Não foi da minha vontade, mas acabei deixando um recado qualquer: “Oi Naninha, sou eu, me liga. Tô precisando de qualquer coisa.”

Mas que tipo de mensagem era essa? Como se ela tivesse que saber só pela voz quem era aquela pessoa que resolveu ligar só porque as coisas não foram como o esperando.

Naninha tinha outras amigas. Naninha sempre teve muitas amigas, e poderia pensar que eu não era eu, porque eu sempre era quem não deixava recado na máquina pedindo ajuda.

E se Nana fosse escutar os problemas de outra, enquanto os meus ainda eram fresquinhos e tristes o suficiente para fazer Nana chorar comigo?

Nana não me ligou nos infernais 5 minutos que se seguiram e eu senti subtamente uma enorme vontade de ir até a casa dela, apagar a mensagem, comer chocolate e ir embora.

Não levantei da cama por dois anos, ou pelo menos foi o que pareceu, fiquei parada, olhando pra janela com vista para o nada, enquanto a máquina falava sem parar:

“Sou eu, Allana! O que houve? Ta em casa? To indo praí. Vê se não vai roer todas as unhas.”



terça-feira, 14 de junho de 2011

Papo de colega: As 6 fases de esquecimento do ex

“Uma pessoa não é aquilo que se diz ser durante a ultima conversa. Ela é aquilo que foi durante toda a relação.”
(Dawson’s Creek)

1- “Nunca mais amarei ninguém na minha vida.”

A primeira sensação quando se acaba algo que você jurou ser eterno, é a de que você nunca mais encontrará outra pessoa.

Você está num estado emocional tão bom quanto Maria do Bairro. Querendo se matar, chorando o dia inteiro, e andando pela casa mais mal vestida que sua vó de 90 anos, gritando para todos, desde seu pai a parede do corredor: “Porque? Porqueeeeee?”


2- “A culpa foi dele(a)…”

É quando você começa então a pensar no que realmente levou ao fim.

No quão boa você foi, em como você sofreu nas mãos daquele ingrato, em tudo que você abriu mão, e no que se esforçou para estar com ele.

E óbvio, tudo influenciará para o que você já tem certeza: A culpa foi dele.

3- “Quem?”

Você não quer ouvir o nome dele nem de longe. Não sabe, não quer saber e tem raiva de quem sabe qualquer coisa sobre a pessoa que você quer mais distância possível.

E pode ter certeza que é exatamente nessa fase em que sua vizinha, sua prima, sua irmã, enfim, todo mundo irá vê na rua, na faculdade, no trabalho, no mercado, e adivinhem só para quem irão comentar isso?

- Vi o Fulano hoje na rua.

- Foda-se!

4- “Estou ótima sem ele. Ó-TI-MA!”

Chega o dia em que você tira o caderninho de telefone da gaveta e começa a ligar para todas aquelas amigas que você sabe que estarão solteiras. Combina baladas, viagens, saidinhas, tudo para demonstrar que você fica muito melhor sem aquele mala do seu ex.

Beija aquele primo da tia da sua vó, vira amiga íntima da tequileira, fica bêbada, trêbada, passa mal e acaba na portaria da casa do seu ex cantando aos berros os maiores sucessos do Só Pra Contrariar.


5- “Ás vezes bate uma saudade… Mas só ás vezes!”

Você começa a sentir falta do que você tinha diariamente. De alguém te ligando todas as noites, da companhia mesmo que insuportável, das brigas, das viadagens, da atenção, enfim, dele. Mas é óbvio que nem em mil anos você irá admitir isso.

Bote então a culpa na tal da carência.

6- “Ele nunca me amou.”

O cara começa a viver a vida dele. Sai com outras, não te procura, se considera mais solteiro do que nunca, e lá no fundo, você sente aquela dorzinha de cotovelo.

Porque ele não te procura mais? Como ele pode ter te esquecido assim tão rápido? Será que ele ainda pensa em você? Ele ta feliz assim? Mais feliz do que antes?

Aii…

Só pode ser uma coisa: Ele nunca te amou mesmo…

Até que um dia: Pufffff, você desencana.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Papo de colega: Um amigo pra te apresentar...


"Tenho um amigo para te apresentar.”

Toda mulher solteira já ouviu essa frase pelo menos uma vez na vida. Sempre tem alguém para apresentar outro alguém. Parece que o mundo se ofende com a sua solteirice. Você quase se sente na obrigação de se desculpar por estar encalhada. Todos se incomodam com isso, menos você.

Mas bem, você está solteira, não teria nada a perder, então porque não conhecer o tal amigo da sua amiga, que segundo ela é a sua cara?

Bem, é aí então que começa o problema. É praticamente um encontro as cegas. A sua única referência é a sua amiga. Muitas vezes as amigas acertam em cheio, mas olha, por experiência própria, muitas vezes elas erram feio também. E sem querer tirar suas esperanças, mas já tirando, sinto informar, mas essas vezes são as mais frequentes.

1) Ele é um babaca
Você chega no lugar combinado e conhece o dito cujo que sua amiga tanto falou. Depois de 20 minutos você percebe que preferia ser queimada viva, a ter que aturar aquele mala por mais um minuto. O cara é um babaca completo, e nem fudendo que teria chances com você. Então bate um pensamento um tanto quanto incomodo: O cara que a sua amiga disse que era a sua cara é ele? Sério mesmo que ela o acha parecido com você? Isso quer dizer então, que… Ó, não, céus, não pode ser… Ela te acha tão babaca quanto ele.

2) Ele é fantástico, mas não te quer
Ele é lindo, ele é engraçado, ele é inteligente, ele é o cara mais interessante da festa, ele é realmente a sua cara. Só é uma pena que ele não possa dizer o mesmo de você. Poxa, a amiga poderia ter evitado a situação embaraçosa e ter mandado seu Facebook/Orkut para o indivíduo dar uma fuxicadinha de leve antes do encontro, né? Evitaria passar pelo papel ridículo de rejeitada que finge, mesmo com a autoestima sendo pisoteada pela festa inteira, não estar nem aí.

3) O outro amigo é mais interessante
Vocês combinaram de sair e foi mais gente do que o esperado. Você conhece o seu prometido, mas opa, o outro amigo é muito mais interessante. E agora? Você não quer quebrar o coração do pobre rapaz, ele até tem jeito, mas o outro já veio todo prontinho de fábrica. É o genro que sua mãe pediu a Deus, e o melhor de tudo, é o cara que você pediu a Deus, a Alá, a Buda, a Santo Antônio, e a quem mais pudesse ajudar. Coitado do rapaz, te olha como se fosse um cachorro faminto diante de um suculento pedaço de carne, como dar a notícia de que a recíproca não foi verdadeira?

4) Ele quer todas
Ele é um cara legal, interessate e você até toparia conhecê-lo melhor, mas ele tem um grave problema: Ele encara as amigas da sua amiga como um menu de restaurante. Ele não só quer você, como quer todas as outras também. Você está solteira, não desesperada.

A grande verdade é que apresentar alguém nunca dá certo. Tem que ser natural, os olhos se encontrarem e os santos se baterem. E quando alguém quer alguma coisa, corre atrás. Então se o amigo da sua amiga que você conheceu numa saída, gostar de você, ele vai procurar um meio de entrar em contato contigo novamente, sua amiga não precisa ficar de cupido ou de babá de marmanjo.

E pode parecer frasezinha de encalhada, mas acredite, antes só do que mal acompanhada. O moço pode ter todas as boas intenções do mundo, mas de boas intenções o inferno está cheio. Por mais que todo o resto do universo aprove a união, se você não aprovar, os pombinhos nunca dividirão a mesma gaiola.


sexta-feira, 10 de junho de 2011

13 motivos para as mulheres odiarem o Dia dos Namorados


Inspirado no blog feminino do “The Sunday Times” aqui vão 13 motivos para as mulheres odiarem o Dia dos Namorados. Sim homens, nós também podemos odiar essa data!

Você nunca pode reclamar sobre a data. Se estiver solteira é uma pessoa amarga e se estiver acompanhada, seu namoro deve estar uma droga.

Se o seu namorado der presentes fofos tipo um ursinho ou um cartão idiota com cachorrinhos que se amam, você vai achar ele um babaca. Se ele não der, você também vai achar ele um babaca porque, no fundo, sempre queremos reviver aquele primeiro namoro imaginário que tivemos aos 12 anos.

Você vai ter que se depilar com esse frio! E tirar a roupa nesse frio! E dormir na sala porque ele ronca muito nesse frio!

Ele não vai te dar diamantes, afinal, é só uma data besta. Então ele vai te dar presentes bestas. E você ainda vai ter que sorrir porque, afinal, você também comprou algo meio besta. E o amor é besta.

Nos comerciais, anúncios, filmes e até spots de rádio, todo mundo é muito mais apaixonado e feliz do que você.

Sempre tem uma amiga que vai ganhar um presente melhor que o seu. (até porque sempre tem uma vaca com o namorado melhor que o seu!).

Não existe noite perfeita de Dia dos Namorados porque não existe noite perfeita nunca e muito menos em uma data que você está desesperadamente esperando que seja perfeita.

Você vai engordar porque não existe pedir só uma saladinha no jantar do Dia dos Namorados. Justo hoje que pega bem uma lingerie pequena.

Tudo vai estar lotado de gente que se ama. Aff que chatice.

Você será obrigada a ver casais feios se beijando. É sempre meio nojento ver gente feia sensualizando.

Vocês estarão românticos! E uma noite sem cinismos e piadas pode ser insuportável.

Se ele errar o tamanho pra menos, você vai se sentir mal. Se ele errar pra mais, você vai se sentir mal. Se ele não errar no tamanho, ela vai esperar que ele erre na cor porque mulheres estão sempre caçando erros pra justificar a infelicidade que é ter hormônios malucos.

E o maior de todos os motivos: você está sozinha! E seus 789 ex namorados estão agora com imbecis “sem sal” que reclamam menos do que você porque lhes faltam inteligência e poder argumentativo!


Tati Bernardi

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Papo de colega: Lencinhos


Diria o Guia dos Mochileiros das Galáxias que o item de maior importância para qualquer mochileiro é a sua toalha e que a resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o universo e tudo mais é 42.

Longe de mim discordar, mas acrescentaria à lista de importância, um pacotinho de lencinhos umedecidos vaginais.

É importante que estejamos sempre preparados para tudo e em qualquer hora e lugar. Assim como ataques zumbis, outras calamidades de maior escala podem acontecer a qualquer momento. E nem sempre estamos no conforto do lar, então para isso é importante carregar sempre o seu pacote de lencinhos umedecidos vaginais.

E não pensem que essa é uma dica apenas para as mulheres não. Homens também precisam de um pacotinho sempre à mão.

Imagine que um dia a água do mundo acaba. (Ok, não faço idéia em quais condições isso poderia acontecer, mas favor não estragar com a teoria, porque para ela continuar cabível, isso precisa acontecer.)

Como eu estava dizendo, imagine que a água do mundo acaba. Não tem mais uma gota d’água, e você se encontra no centro da cidade, no interior do sertão, em Itapetinga, numa favela, ou em qualquer outro lugar desesperador, e lá está você, sem a possibilidade de um banho, e olha, se você quer um bom conselho, esse é melhor que o do filtro solar: Se em terra de cego quem tem olho é rei, em terra sem água, quem tem lenços umedecidos vaginais é deus.

Além do fato de que em tais condições você viraria o Mark Zuckerberg da vida real, até que os lenços acabassem, você estaria sempre no frescor da tranquilidade absoluta.

Antes que você vá correndo na farmácia mais próxima comprar o seu pacote de lenços umedecidos vaginais, agora vem a parte mais importante:

Haverá escassez de lenços, então lembre-se que terá que usar apenas um para as partes mais importantes, ignorando as de menor importância. São elas:

  • Rosto
  • Axilas
  • Vagina/pênis
  • Ânus/ânus (porque cu todo mundo tem igual)

É importante que a ordem seja sempre essa. Primeiro se deve passar no rosto, seguido pelas axilas e finalizando com vagina/pênis e o ânus (que deve ser sempre por último). Por mais que a ânsia de limpar o cu seja enorme, não se esqueça que ficar com o rosto cheirando a bunda suja e sem a possibilidade de lavar, pode estragar com uma vida inteira. Imagina numa calamidade mundial você ganhar o apelido de “cara de cu mau lavado”? É melhor não dar oportunidade ao azar.

Então já sabe, né? Antes de arrumar o próximo Kit de primeiros socorros, lembre-se de incluir o pacotinho.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Papo de colega: Os xingamentos


Eu não sei se vocês concordam comigo, mas a imensa gama de xingamentos que são usados na hora de um confronto são justamente os que menos dizem alguma coisa sobre você. Quanto mais pesada é a injúria, mais etérea ela acaba sendo. Se perde no ar o que você quer dizer, quando você chama alguém de “filho(a) da puta”, porque com certeza a mãe da pessoa xingada não é uma matrona da rua Nazaré. E mesmo que o xingado seja filho(a) da pobre prostituta, ele não tem o que dizer, afinal é a mais pura verdade. O que ele vai fazer? Retribuir na mesma moeda?

- E você, seu filho da arquiteta! Filho da professora! Filho da dona de casa!

A maioria desses xingamentos não tem condição alguma de afetar uma pessoa.

Filho(a) da puta! Minha mãezinha é uma nobre dona de casa, que sempre me recebe com comidas quentinhas, lava a roupa e limpa a casa. Você não está xingando ninguém… Está mentindo, isso sim.

Vai tomar no cu! Mas eu vou tomar no cu só porque você pediu? Isso não me apetece, o que eu posso fazer?

Viado ou Bolacheira! Bem, eu, uma profunda respeitadora de quaisquer orientações sexuais, não considero “viado ou bolacheira” ou similares uma ofensa. Mas entendo que quando a pessoa cospe um “viado ou bolacheira” com raiva, ela não está compartilhando da minha crença. Mas de qualquer forma, chamar um hétero de viado é a mesma coisa de chamar um gordo de magro; Um alto de nanico;

Seu merda! Por que escolheram “merda” como o dejeto oficial para esculachos? Por que não seu vômito? Seu urina? Seu catarro? De qualquer forma, chamar alguém de cocô ainda não é a forma ideal de acabar com uma pessoa… Por mais que ela cheire mal. Seria melhor “Seu fedido!”.

Xingue alguém de merda e de fedorento(a). Eu tenho certeza absoluta de que o segundo esculacho doerá mais na pessoa. Merda é qualquer coisa, se relaciona com as mais variadas situações. Fedorento(a) não. E feder machuca o psicológico, vai me dizer que não? Quer coisa pior do que ter a convicção de que você está poluindo um ambiente com um cheiro que não combinou contigo, mas apareceu no seu corpo?

Embora possa parecer pueril, xingamentos infantis são muito mais acachapantes. E não era para menos: a infância é notadamente a época da nossa vida em que somos mais sinceros. Ela chama, sem o menor constrangimento, alguém de feio, burro, medonho ou fedido. Se ela te chamar de feio(a), putz, há grande possibilidade de você ser o chupa cabra.

Xingamento bom é aquele que te ataca justamente por não saber se você se encaixa nele. “Corno ou chifruda”, por exemplo. Alguém te chamar disso é como abrir, com uma chave sórdida, os enormes portões da paranoia. Você nunca saberá se foi traído(a), a menos que te contem ou você descubra de alguma forma (Algo me diz que detetive só serve para isso mesmo). A mesma coisa com “feio(a)”. Imediatamente você discute com o seu próprio ser: “serei um(a) jaburu? Serei eu mais feio(a) do que a fome na Etiópia?”. “Vai tomar no cu” não vai tirar sua auto-estima nunca, entendeu?




segunda-feira, 6 de junho de 2011

Papo de colega: Os vilões


Imagino Lennon escrevendo Imagine. Engraçado começar uma frase com “imagino” e terminar com “imagine”, mas enfim, esse não é o tema do texto.

Acredito que Lennon realmente tenha jogado um monte de fé naquilo que escreveu. Mas sabe, esse mundo perfeito não existe e nem nunca vai existir. Sabe por quê? Porque a humanidade precisa de vilões. E é uma necessidade tão grande, que quando não há vilões, se criam.

Não os vilões se criam, mas as outras pessoas fazem o favor de o criarem por ele. Ninguém quer ser vilão, mas faz questão de que eles existam. Nos outros, claro. Às vezes a pessoa nem sabe que é vilã, mas tá lá ela com uma máscara e tudo, só pra satisfazer a vontade de uma maldade inventada por terceiros.

Veja você, todo mundo quer ser bom, bater no peito dizendo ter caráter e ser honrado, mas quando chega a noite, se sentam no sofá pra ver o vilão do BBB, que nem sabe o que tá acontecendo, ou pior ainda, o vilão de uma novela com uma vida, uma história que nunca existiu, uma história com prazo de validade, justamente inventada para suprir essa necessidade que as pessoas têm de desejar que o vilão morra queimado num acidente de avião e que a mocinha viva seu amor infinito tão real quanto aquela novela.

E aí no dia seguinte a pessoa acorda e vai viver sua vida. Acreditando que é tudo um programa de televisão. Então se o boy não a ama como o galã da novela, que na vida real não passa de uma pessoa normal que peida enquanto dorme e cheira cocaína nas festinhas da Globo, não é amor de verdade. E para o papel de vilão, serve qualquer um. O chefe que não deu aquela promoção, a mãe que não aceita um namoro destinado ao fracasso, a ex-namorada que ainda perturba o seu atual, a amiga invejosa que chora nas madrugadas. Todos que estão apenas vivendo suas vidas da maneira que conseguiram. Da maneira que acharam melhor, e aí você esfrega na cara deles que eles são vilões e você é a mocinha, ou o mocinho. Mas por quê? Quem te deu esse papel? Você, claro.

Somos sempre os bonzinhos das nossas próprias histórias, mas ninguém vai sentar no sofá pra assistir, então foda-se, né? Vamos nomear de vilão quem bem entendermos. Chamar de bobo, feio e chato e achar que alguém se importa.

Mas se até Lennon foi vilão de alguma história em que ele nem sabia que fazia parte, e se soubesse cagaria baldes, saiba que você também é vilão de alguma história. Saiba que alguém também deseja que você morra queimado em um acidente de avião, e você pode nem fazer ideia disso.



sexta-feira, 3 de junho de 2011

Papo de colega:Porque homens e mulheres traem.


Mulheres:

Juliana, 27 anos: Traí porque estava carente e ele não olhava para mim como antes. Eu estava de TPM, precisando de carinho, atenção e amor, e ele foi ao jogo de futebol com os amigos.
Um antigo amor de adolescência estava na cidade e me chamou pra tomar alguma coisa. Imaginei um chopp, mas acabou sendo um banho.
Verônica, 29 anos: Traí por vingança a uma traição dele. Sou uma mulher rancorosa, que não perdoa.
Como ele pode fazer isso comigo? Logo eu, uma mulher independente, decidida, forte, que o amava incondicionalmente. Fiz tudo por ele e ele se meteu debaixo dos lençóis com uma qualquer. Mereceu o chifre, que aliás, foi com o melhor amigo dele.
Sabrina, 41 anos: Ele é um acomodado. O sexo não era mais o mesmo de antes. Parecia que ele se excitava mais com as mulheres que apareciam na TV do que comigo. Minha auto-estima que antes era enorme, estava cada dia pior. Não me sentia mais amada. E então um garotão do meu trabalho começou a me olhar de forma diferente. Voltei a me sentir sexy e desejada, e olha, não conta pro meu marido, mas foi o melhor sexo da minha vida.
Elisa, 25 anos: Estava em dúvida dos meus sentimentos. Conheci o meu noivo aos 13 anos de idade, aos 15 perdi a virgindade, e desde então só conhecia ele como homem. Precisava saber se era com ele mesmo que eu iria passar o resto da minha vida. Não me arrependo, foi bom para ter a certeza da minha vida de que eu amo o meu noivo e que ele será o pai dos meus filhos. Ele não sabe da traição.

Homens:

Roberto, Felipe, Raphael, Eduardo, Ad infinitum: Porque a outra era gostosa.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Papo de colega: Vibrador(parte II)

A independência feminina está se fortalecendo mais a cada dia que passa.Mas eu ainda sinto que algo muito importante nos deixa longe da independência total. E eu sei exatamente o que é: O sexo.

Mulheres gostam de sexo tanto quanto homens, essa é a verdade. Elas apenas se controlam mais e demonstram de formas diferentes. Mas que gostam tanto quanto, ah, isso gostam!

Não há problema nenhum em dizer que você gosta de sexo, até porque, estranho é não gostar. Buceta não foi feita só para depilar bigodinho Hitler e passar Dermacyd, não. Ela foi feita pra dar, e muito. O que não deve ser confundido com distribuir, viu meninas!?

Nesse quesito, homens estão em vantagem: Eles podem comer quantas quiserem a hora que quiserem, que serão apenas homens. Não que eles de fato consigam isso, até porque se o cara não for o Brad Pitt ou o Zé Mayer, encontrará um pouco de dificuldade em comer todo mundo.

E no caso da mulher, por maior que seja a vontade de dar, acaba sempre se sentindo na obrigação de controlar seus desejos e vontades.

Ó, sociedade, porque és tão cruel?

Recentemente uma amiga ganhou um presente incrível: Um vibrador

Diz ela que os dois únicos contatos que teve com um vibrador tinham sido numa visita a um sexshop e num capítulo de um seriado de tv. Os dois causando uma ótima impressão, mas era o tipo de coisa que ela apenas pensava “Um dia, quem sabe”.

Assim que ela chegou em casa, o porteiro entregou um pacote todo branco. Era leve e discreto, mas como ela já sabia que estava para chegar, soube na hora o que era e pensou:Minha independência feminina.

Em uma das nossas reuniões de amigas, em sua casa, ela nos mostrou: Olha, o bicho é poderoso. Motor triplo, motor extra do ponto G, 7 intensidades de vibração e pulsação, 3 de rotação, bolinhas giratórias, aprova d’água e o tão falado coelhinho vibratório. Que é, de longe, a maior vantagem do vibrador. Nunca tinha visto nada igual!

Aposto que aquele vibrador fora inventado por mulheres. De início ele até pode intimidar um pouco, é cheio de botões o que o faz parecer o que ele realmente é: uma máquina. Mas bem, para a complexidade do prazer feminino, algo simples não daria o mesmo resultado. E ele se destaca justamente por isso. Não é apenas um produto erótico, ele é o rabbit, uma mágica de juntar todos os produtos em um só, fazendo um super hiper ultra mega combo do orgasmo feminino. É tudo o que você precisa, numa forma compacta que cabe em suas mãos, prata, linda e cheia de glitter. Mesmo!

Não sei, mas do jeito que as coisas vão indo, daqui mais um tempinho vai ser tão necessário, que será mais um item da cesta básica.

Sei que ainda há um pouco de resistência pelo lado das próprias mulheres em relação à vibradores e produtos do tipo.
Meninas, ninguém duvida do quão bom são nossos maridos/namorados na cama. Eles podem ser uma máquina sexual, o que não muda em nada o fato de que eles nunca farão 1/5 do que qualquer brinquedinho faz.
Se duvida disso, peça então pra ele rodar o pau em três velocidades com 7 intensidades, enquanto vibra no seu clitóris e toca o ponto G, para entender do que estou falando.

O treco roda, vibra e pulsa. Só falta levar ao shopping de mãos dadas e chamar de meu amor.