Estava conversando com umas amigas quando uma me disse que certa vez abriu o armário da mãe dela para procurar uma blusa, mas acabou achando um bastão de beisebol em formato de piru. Era um falo de plástico enorme, com todo o sistema circulatório grotescamente em alto relevo e com um diâmetro que imediatamente a fez pensar em como a mãe conseguia brincar com uma coisa daquela. Haja óleo. Retruquei dizendo que fatalmente a cabeça dela de bebê devia ser mais grossa. Ela aceitou isso, mas depois de fazer alguns cálculos.
Depois disso a roda pegou gosto pelo assunto e a gente começou a dissertar sobre vibradores, consolos e companhia. A primeira coisa que eu penso quando vejo uma piroca de plástico (desculpe, mas estava preso na garganta… Isso vai soar mal) é: por que ela vem com saco escrotal? Um piru desses de mentira é rígido, óbvio, para corresponder à anatomia masculina na hora do lesco-lesco solitário. Mas qual a função de um saco duro? Sério, nem se houvesse uma nevasca e o cara saísse pelado para brincar na neve, o saco ficaria com semelhante rigidez. O saco tinha que ser feito com alguma resina flexível e dois ovos de borracha dentro com um líquido gelatinoso (pronto, fábricas, já dei a fórmula, podem patentear).
Mas não sei se é a intenção um consolo com 100% de fidelidade com o mundo fálico. Se fosse, ele precisaria ejacular e arranjar um jeito de amolecer depois. Quando disse isso, uma amiga muito conhecedora desse tipo de produto falou que existe um que pelo menos goza. Como é possível um produto desses? A mulher teria que preparar uma solução antes (sabe lá com quais ingredientes), injetar no piru, brincar com ele e depois apertar um botãozinho para liberar o pseudo sêmen?Eu hein...
Uma invenção tida como engenhosa foi a do pênis que vem com uma ventosa na extremidade contrária à glande. Assim, se você não quiser ter trabalhos braçais, basta colá-lo na parede e fingir que tem alguém te comendo. É prático, e só dá trabalho arranjar a altura certa (“opa, tá muito baixo, opa, agora tá alto” pode acontecer). Mas depois fiquei pensando naquela mulher que está dando para o piru de ventosa às duas da manhã de um sábado: ela podia estar sendo comida por algo mais do que só um piru fake engenhoso. Tudo bem que ele tem ventosa, dependendo da posição dá pra brincar até de jogar argola, mas essa mulher – a essa hora – merecia alguma coisa menos estranha do que dar pra parede.
O que a mesa pareceu concordar é que essa onda de piru cheio de veias é muito estranha. Muito mais interessante é aquele que parece a “Fat pen”: mais discreto, bonito, um convite à luxúria solitária. De qualquer forma, tenho medo dessa gente que é viciada em introduzir objetos em si. A menos que ela tenha um estoque de pirus de emergência espalhados pela casa, qualquer objeto razoavelmente fálico é um amante em potencial. Você vai escrever um bilhete na casa dela sem saber por quais profundezas humanas a pobre caneta passou. Dá medo.
Um amigo me contou que uma vez a namorada dele ficou com vontade de ter um vibrador. Ele ficou meio transtornado. Porque se sentiu em desvantagem pois a sua genitália não tem tantas velocidades, não vibra e não é ereto ad infinitum (o que é saudável, pelo menos).
Daí ele teve uma idéia(ele é meio louco, não se assuste):Pensou que ela poderia ter um vibrador que tivesse a mesma ferramenta que o Megazord falso que o irmão dele ganhou há 15 anos: gravação de voz. Aí, para ela se lembrar dele, ele poderia gravar coisas do tipo:
- … Tá gravando? Tá… É… Isso, gostosa! Isso, vai, safada!
- Ooooi! Tô de olho, hein? Tá pensando em mim, né, porra?
- Preciso de um emprego imediatamente. O tempo está passando, tenho que agarrar as oportunidades que aparecerem. O que você acha, meu amor? Ah, deixa, você está se masturbando agora.
Ainda bem, que ele mesmo, concluiu que não iria dar muito certo.